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O jornal Berlingske, um dos mais lidos na Dinamarca, noticiava na sua página: Portugal, abalado pela crise, dirige-se à União Europeia: Ajudem-nos |
Eu importo-me com o que se passa em Portugal, independentemente do seu impacto no resto da Europa. Importo-me com o que estarão a sentir os meus familiares e amigos em Portugal e com todos os outros, que eu não conheço, mas que alguém que eu conheço, conhece. Por isso, apesar de não abundarem por aqui as informações sobre a situação portuguesa, abro uma vez por outra no meu computador uma janela com vista para Portugal e assisto a noticiários, debates, entrevistas. Mais vezes me sinto triste do que preocupado, mas infelizmente nunca surpreendido com a situação.
Há um ano por esta altura trocava uma série de mensagens com o Fernando Alves, cronista na TSF, e numa delas escrevi um comentário relativo ao reaparecimento do Sol aqui em Copenhaga, e ao sentido que esse Sol invocava após o longo Inverno. Ele gostou do comentário e acabou por utilizá-lo como centro de uma das suas crónicas diárias.
O Sol volta agora a Copenhaga e mostra em azul forte o céu e os canais. Depois de diminuído pela estação fria e escura, este Sol sabe a esperança, a vitória e a recompensa para quem atravessou o Inverno. Iluminadas pelos sinais deste Sol novo vejo ao meu redor pessoas sorridentes e confiantes, mas ao ouvir o Português, vindo em zeros e uns de Portugal, não posso deixar de recordar as tantas pessoas que nos últimos tempos aí encontrava no metro, no autocarro, na rua, com olhar vago e desiludido. Entendo agora que pareciam estar embargadas num Inverno eterno; de ter falta de Sol, o tal de esperança que um dia deve chegar ■
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