Vou andar de bicicleta...

terça-feira, 19 de abril de 2011

Todos os dias são andados 1,2 milhões de quilómetros de bicicleta em Copenhaga. É o equivalente a dar 30 voltas à Terra! Um valor impressionante, repetido todos os dias.
É que 37% da população da grande Copenhaga prefere a bicicleta como meio de transporte para o trabalho, para a escola ou a caminho do lazer. Mas ainda não chega; políticos e instituições procuram elevar esse valor para 50% e começam por dar o exemplo; o presidente da câmara de Copenhaga e o equivalente ao ministro do ambiente de cá, vão diariamente de bicicleta, de suas casas para o emprego e volta. 

Constantemente são melhoradas as condições para utilizar a bicicleta dentro e nos acessos à cidade. Apesar dos já existentes 350 km de vias próprias para bicicletas na cidade, estão a ser construídos mais e a ser melhorados os já existentes. Por exemplo, foram recentemente criadas as “vias verdes” para bicicletas. Trata-se de um tipo especial de pistas, devidamente assinaladas, que atravessam as principais zonas de acesso ao centro da cidade e ao longo das quais os semáforos estão sincronizados em favor das bicicletas, isto é, pedalando numa dessas pistas a uma velocidade constante de 20 km/h, é possível atravessar a cidade de um lado ao outro sem nunca pôr um pé no chão! Em muitos cruzamentos, local de potencial conflito entre carros e bicicletas, os semáforos para as bicicletas acendem entre 4 e 12 segundos antes que os dos carros, para que os ciclistas tenham tempo de atravessar o cruzamento antes de os carros arrancarem e assim reduzir a probabilidade de acidente.

Para homens e mulheres, novos e velhos, com crianças ou não, com carga ou sem ela, faça Sol ou chuva, a bicicleta parece ser, cada vez mais, o meio de transporte eleito pelos cidadãos de Copenhaga. Trata-se de facto de um meio de transporte extremamente eficiente nesta cidade. Para o comprovar, fizemos a seguinte experiência; eu de bicicleta e a minha mulher com as nossas filhas no autocarro, partimos exactamente ao mesmo tempo da porta de nossa casa, com destino ao centro. Eu cheguei cerca de 4 minutos antes!

 
A eficiência da bicicleta e o seu contributo para um meio ambiente mais limpo, estão a atrair os habitantes de outras cidades, de tal forma que o termo “Copenhaguizar a cidade” vai sendo utilizado um pouco por todo o mundo como sinónimo de tornar as cidades mais limpas e com maior facilidade de movimento para peões ou ciclistas.

 A nossa experiência a este respeito é óptima. Sair de bicicleta sabe sempre bem, é rápido, não há problemas de estacionamento e chegamos bem-dispostos, para além de ser um exercício diário.


Para todas as tarefas há uma bicicleta já inventada. Bicicleta para transportar crianças ou bicicletas para transportar carga.
Cestinhos à frente ou atrás, cadeiras de criança ou outros utensílios, são adaptados para que se torne possível fazer quase tudo de bicicleta

Sjælland

sábado, 16 de abril de 2011
Bem-vindos à Sjælland

A Sjælland é a maior ilha da Dinamarca. É nesta ilha que está localizada a capital, Copenhaga, e vale a pena fazer uma viagem ao longo da costa nordeste e norte desta região. Por exemplo percorrendo a Strandvejen, uma estrada marginal, com cerca de 25 km, que cobre uma parte considerável da linha de costa nordeste da ilha, ao longo do Øresund, o estreito que separa a Dinamarca da Suécia.

Louisiana - museu de arte moderna

Partindo de Hellerup, junto a Copenhaga, faz-se caminho para Helsingør. Pelo caminho vale a pena parar por exemplo no “Louisiana”, o museu de arte moderna de Humlebæk ou numa magnífica praia de Espergærde onde se pode comer uma deliciosa “Sinfonia de Peixe” que inclui o melhor salmão fumado que já experimentei!

Chegados a Helsingør, e se a visibilidade o permitir, podem perceber-se olhando para Este, os pormenores de Helsingborg, a cidade Sueca que fica do outro lado do Øresund. Para os interessados (sei que há alguns entre os leitores) nesta zona existem 48 campos de golf num raio de 50 km. É um país muito “green”!

Kronborg - principal atração de Helsingør
Claro que a mais importante atracção de Helsingør é o Kronborg, um misto de fortaleza e castelo, tornado famoso por Shakespeare que o estabeleceu como centro da acção de Hamlet e cuja construção remonta a 1420. Surgiu para forçar os navios que atravessavam o Øresund a pagar a primeira portagem marítima alguma vez criada. A cobrança de impostos é uma tradição antiga e muito aperfeiçoada, por estas paragens! Porém, apesar de uma taxa média de 50% de imposto sobre os rendimentos, os Dinamarqueses não se queixam.

Casa em Helsingør
Gilleleje - porto de pesca
Pelo norte da Sjælland e ao longo de toda a linha de costa sucedem-se pequenas localidades onde impera a ordem e o bom gosto. A construção é bonita e ordenada, os espaços verdes são imensos e não há qualquer tipo de congestionamento. Claro, tudo isso tem um preço e por menos de meio milhão de Euros não se compra senão uma parede! Hornbæk, por exemplo, tem uma magnífica praia onde veraneiam os ricos e famosos. Gilleleje é um porto de pesca onde se compra bom peixe fresco e fumado a um preço muito em conta para estas paragens, ou seja, mais ou menos o dobro de Portugal!

O fim do passeio pode ser com um bom banho de mar em Rågeleje. As praias aqui são agradáveis, mas não tão grandes e de areia tão boa como as portuguesas. O mar é muito calmo, sem ondas ou com ondas muito pequenas, a água não é fria e a profundidade é muito pouca até uma distância considerável.

Praia de Hornbæk

A maioria dos dinamarqueses vai para a praia por volta das 7 da tarde mas mesmo assim nunca há muita gente; não há problemas de estacionamento, não há barracas de bifanas e a construção nas zonas de praia é ordenada e muito bem arranjada. A envolvente é bonita e agradável

Abertura do blog - Histórias da Dinamarca

Dia 16 de Abril de 2011. São 14:53, hora de Copenhaga, e escrevo a primeira mensagem para o blog "Histórias da Dinamarca". Esta será a versão pública, disponível para o mundo inteiro, da newsletter que venho publicando há cerca de um ano e meio, desde que me mudei com a minha família para Copenhaga.
Bem vindos

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